Desde que a meu filho nasceu, os meus amigos desapareceram...

18-01-2020

Já tinha lido em diversos blogues, que quando uma família aumenta, descobre-se quem são os verdadeiros amigos. 

Quando engravidei as minhas amigas/colegas de trabalho ficaram eufóricas. Parecia que tinha sido a melhor coisa do Mundo. Ao contrário de mim. Preocupavam-se com a minha saúde, asseguravam que eu fazia as pausas certas para comer e o que é que eu comia,  disponibilizavam-se para ir comigo às consultas... era bom sentir o carinho que tinham. Era bom sentir que tinha ali um apoio.

Achava exagerado o que lia.  Mas por incrível que pareça, senti o mesmo na pele. Aqueles que eu achava ser os meus melhores amigos, desapareceram..

Estava à espera de mais visitas na maternidade. Sabia que em termos familiares isso era difícil, pois toda a família está longe, mas aqueles que estão tão próximos de ti, que convivem contigo diariamente, que trabalham contigo....  Alguns viram o meu filho cinco ou seis meses depois de ele ter nascido. E tive de ser eu a ir de encontro a eles.

Convidava para virem cá a casa. Diziam que não tinham tempo. Que estavam meios gripados e que não convinha estarem perto do bebé. As redes sociais mostravam encontros entre todos, idas ao shopping em conjunto, jantaradas, risadas, diversão...

Deixei de ter os meus amigos desde que fui mãe.

Depois de voltar ao trabalho, senti-me completamente posta de parte. Ouvia zunzuns de saídas depois do trabalho. Coisas combinadas entre eles. Sem me incluírem a mim. Que sempre estive no meio desses planeamentos. Até que um dia não me consegui conter: "Até aqui a Mimi servia para tudo, agora nem sirvo para ir convosco ao shopping?" A resposta?: "Queres ir connosco? Podes vir se quiseres, mas não tens de ir buscar o T. à escola?

Aquilo caiu-me tão mal. Fiquei completamente arrasada. Estarem ali, à minha frente a combinarem uma saída sem sequer se dirigirem a mim? Perguntarem-me se eu queria ir, não custava assim tanto. Mesmo que a minha resposta fosse realmente que tinha de ir buscar o menino à escola.

Sofri um pouco. Desejei mudar de emprego e assim o fiz. Deixei algo de que realmente gostava, não só pelas oportunidades financeiras e profissionais a longo prazo, mas por já não me sentir bem onde estava. Apercebi-me que ter um filho é uma bênção, e nada na vida vale mais do que a família. 

"Onde não fores feliz, não te demores"

Não vou deixar de fazer coisas de mulher e de amiga porque sou mãe. Continuo a ir ao cabeleireiro, continuo a arranjar as unhas e a ir às compras. Provavelmente não o farei da mesma forma que faria antes.


(desculpem lá o desabafo)


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